segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Educação, Comunicação, Saúde e Eu


Aqui estamos hoje para falar sobre mim e minhas reflexões sobre a Educação, Comunicação em Saúde. A ideia proposta seria buscar textos anteriores, todavia, nessa vida de mudanças e perdas de papéis, vou ter que me atrever a resgatar nas minhas lembranças os aprendizados do semestre passado sobre o tema.
A comunicação estabelece-se por uma via de mão dupla entre pessoas, ou seja, o dizer é ressignificado pelas múltiplas apropriações das informações. A educação transformadora também segue o mesmo princípio de ser dialógica, mais horizontal possível, buscando a autonomia, para potencializar as singularidades e criatividades dos envolvidos. Assim, o Modelo de Atenção a Saúde em que acreditamos deve estar ao encontro dessas premissas. O contato com o saber popular do território e as técnicas trazidas pelos profissionais de saúde devem ser mediadas para uma práxis que possibilite uma síntese - a do encontro de saberes e da intensa participação comunitária.
Coloquei hoje uma foto de uma palestra que fiz em Prado sobre desafios da saúde na crise política para Agentes de Saúde e Endemias promovida pelo sindicato da categoria. Ao chegar ao local, falei da conjuntura nacional, de financiamento, crises dos pactos federativos, etc etc.
Por sorte, não me alonguei muito e comecei a tentar perceber sobre o que de fato aquelas pessoas queriam falar sobre. Abri para perguntas e foi uma surpresa.
Basicamente o público queria falar sobre o sofrimento psíquico que tinham no trabalho. Interessante como há poucos espaços de fala e escuta dessas demandas e como é necessário que os espaços dos movimentos sociais propiciem esses momentos. Achei as pessoas bem à vontade. Claro que houveram arenas de conflito, mas quem disse que necessariamente o conflito é ruim?
Tentei contribuir no que podia; associei um pouco ao projeto ético político, o qual aprendi no Serviço Social (que pode ser associado a qualquer profissão), e os desafios de aplicá-lo à realidade. Disse sobre como não cair no fatalismo e messianismo ser algo essencial para a saúde mental. Falei mais sobre minhas percepções no mundo do trabalho, como é meu processo de resiliência, a necessidade de ter clareza do nosso projeto profissional frente às dificuldades. Senti-me acolhida e percebi que muitos se identificaram com o que eu falava. 
Trocamos impressões sobre casos, sobre as constantes mudanças repentinas das gestões das prefeituras, e muitos outros assuntos. Uma conversa tão aberta: sem patrões e censores. Aprendi bastante, sai confiante e reflexiva de como precisamos mais um do outro e de espaços coletivos de construção. 
Refleti bastante sobre como a gestão do processo de trabalho é um desafio para o SUS e a comunicação uma aliada estratégica para tal.
Por fim, saí sensibilizada e disposta a aprender mais. Acredito nas pessoas.


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